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Dia Internacional de Luta das Mulheres

Dia Internacional de Luta das Mulheres

Publicado em 08/03/2019 às 19:51

O Dia Internacional de Luta das Mulheres constitui uma conquista histórica, fruto da organização e rebeldia das mulheres socialistas, contra a opressão e violência, historicamente imposta pelas desigualdades de gênero, socialmente construídas. Desde o advento da sociedade de classes, as mulheres foram consideradas propriedade privada, juntamente com a terra e os filhos, no estabelecimento do patriarcado, dominadas e controladas por convenções sociais e religiosas. A luta e a rebeldia acompanharam essa trajetória das mulheres, muito embora tenha sido, muitas vezes, de forma pontual e silenciada.

Nessa luta por emancipação, não se pode perder de vista, a perspectiva classista, considerando a necessidade de que mulheres e homens lutem lado a lado, para superar desigualdades e opressões de classe, para assim também superar as desigualdades de gênero, tão reforçadas pelo sistema capitalista, cujo objetivo primordial é rebaixar as condições de trabalho e existência das mulheres e, paralelamente, as dos homens trabalhadores também, ampliando a exploração da força de trabalho. É preciso reiterar que “quando uma mulher avança, nenhum homem retrocede”.

Estamos vivenciando uma conjuntura dramática, de aprofundamento da crise mundial do capital e acirramento das lutas de classe.  Economias liberais conservadoras, políticas fascistas e ataques sistemáticos aos direitos e à vida da classe trabalhadora intensificam-se, como forma de garantir a expansão, expropriação e as formas de exploração impostas pelo capitalismo monopolista. No Brasil, isso tem se manifestado no desmonte do Estado, da Previdência Social, da Educação Pública e das políticas sociais de inclusão. Em suma, avançam uma agenda perversa de privatizações e retirada de serviços públicos essenciais à sobrevivência da classe trabalhadora, acompanhadas do crescimento do aparato militar de repressão e do fundamentalismo religioso.

A destruição da previdência pública aponta que o impacto será mais violento sobre as mulheres, aumentando-se a idade mínima para aposentadoria (de 60 para 65 anos, para as trabalhadoras da cidade e, de 55 para 60 anos, em relação às trabalhadoras do campo), ao desconsiderar as múltiplas jornadas de trabalho. Por outro lado, aumentaria o tempo de contribuição para 40 anos, para fazer jus ao salário integral, na aposentadoria, condenando trabalhadoras e trabalhadores à aposentadoria proporcional ou a morrer antes de se aposentar. Além disso, pretende-se transferir a aposentadoria para fundos privados, cujo resultado será precarizar, ainda mais, as condições de vida de aposentadas/os, com salário abaixo do minimamente aceitável, como tem acontecido no Chile, ampliando as taxas de suicídio entre idosas/os, conforme demonstram as estatísticas.

Vale ressaltar, o aumento dos casos de feminicídios, no Brasil, (cujos registros passam de 100, apenas em janeiro deste ano) e de violência contra as mulheres, a serem ampliados ainda mais, pela flexibilização da posse e porte de arma, além do pacote anti-crime do Ministro da Justiça, Sérgio Moro, que, na prática, não combate a violência mas condena a população negra e periférica, ao extermínio sistemático.

Nossa luta tem que estar à altura dos desafios que se impõem à classe trabalhadora, nesse momento histórico! Vamos nos organizar e seguir lutando!

Edlucia da Silva Costa
Política e Formação Sindical
Sinasefe IF Sertão-PE


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